EDITAL DE DEFERIMENTO E INDEFERIMENTO DE INSCRIÇÕESE CONVOCAÇÃO PARA A PROVA ESCRITA – MATEMÁTICA

A Comissão Especial de Concurso Público da Escola Técnica Estadual Júlio de Mesquita, cujo(a) Diretor(a) foi designado(a) nos termos do Despacho nº 184/2022 – URH para responder pelo concurso público em tela, comunica aos
candidatos abaixo relacionados o deferimento e indeferimento das inscrições e convoca os candidatos com inscrição deferida para a Prova Escrita, a ser realizada na ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PROFESSORA MARIA CRISTINA MEDEIROS, situada na RUA BÉLGICA Nº 88 na data e horário estipulados conforme edital abaixo, publicado no DOE de 05/04/2023.

Edital de Deferimento e Indeferimento de Inscrições e Convocação para Prova Escrita

Matrícula 1º Semestre 2023

Nos dias 12/01/2023 e 13/01/2023será reaizada a matrícula da 1ª Lista de Convocação

Horário: das 13h00 às 20h00

OBS: A matrícula presencial é obrigatória para menores de 16 anos que devem estar acompanhados pelo resposável legal.

Gabaritos – Concurso Público de Docentes

ABERTURA DE PROCESSO SELETIVO DOCENTES SIMPLIFICADO– Contrato Determinado

Até o dia 12/03/2022 a
Etec Profª Maria Cristina Medeiros (Ribeirão Pires) estará com inscrições
abertas para Processo Seletivo de Docentes para fins de cadastro reserva nas
seguintes disciplinas:

COMPONENTES DE ENSINO MÉDIO (BASE NACIONAL COMUM)
LICENCIADOS

COMPONENTES DA ÁREA TÉCNICA
LICENCIADOS/ BACHARÉIS E/OU TECNÓLOGOS

As inscrições são gratuitas, e serão realizadas exclusivamente pelo sitehttps://urhsistemas.cps.sp.gov.br/dgsdad/SelecaoPublica/ETEC/PSS/Abertos.aspx

Cada disciplina possui seu próprio Edital, sendo que cada processo é composto de 2 fases:

  1. Exame de Memorial Circunstanciado (Prova de Títulos);
  2. Prova de Métodos Pedagógicos (Prova Objetiva de habilidades operacionais ou
    técnicas).

No momento da inscrição, o candidato já deverá inserir no sistema o Memorial Circunstanciado (conforme ANEXO IV do Edital) com seus respectivos comprovantes, para que os 10 primeiros candidatos sejam selecionados para a realizar a Prova de Métodos Pedagógicos, que será realizada presencialmente na ETEC, conforme previsto no Cronograma.

Vestibulinho ETEC 2º Semestre 2021

Veja o vídeo mostrando a infraestrutura da ETEC MCM

Rematrícula 2021

Solicitações de documentos à Secretaria Acadêmica

COMUNICADO DA DIREÇÃO – 23/03/2020

Em conformidade com as determinações anunciadas pelo Governador João Doria e orientações do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza – CEETEPS, informo que a partir de 24/03/2020 (Terça-Feira) o expediente administrativo estará suspenso por tempo indeterminado, como medidas para a prevenção ao contágio do Covid-19.

Esclareço ainda que, o recesso escolar está mantido no período de 23/03 a 21/04/2020.

A comunicação com a unidade escolar será feita EXCLUSIVAMENTE através do e-mail: e141acad@cps.sp.gov.br ou e141dir@cps.sp.gov.br

Solicito a todos que acompanhem no Sistema Acadêmico Escolar – NSA, os comunicados e orientações necessárias quanto a vida escolar.

A Direção.

Processo Seletivo Professores – Etec MCM – 03/07/2024 a 17/07/2024

Biblioteca Ativa – Mês do escritor – JUNHO – Ana Cristina César

Ana Cristina César

A poetisa Ana Cristina César nasceu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 2 de junho de 1952, no seio de uma família típica da classe média carioca, protestante e ilustrada. Filha de Waldo Aranha Lenz Cesar e Maria Luiza Cesar, cresceu entre os bairros de Niterói e Copacabana. Ela se transformou em um dos expoentes da literatura conhecida como marginal ou ‘udigrudi’, a qual viscejou nos anos 70.

Iniciou sua trajetória literária ainda na infância, pois antes mesmo de atravessar o processo de alfabetização, transmitia oralmente à mãe seus poemas, para que esta os passasse para o papel. Ana Cristina se revela, assim, uma poetisa prematura.

No ano de 1969 ela passou pela Inglaterra, graças a um intercâmbio, conhecendo Londres nesta ocasião. É aí que ela entra em contato com o melhor da literatura inglesa, trazendo em sua bagagem Emily Dickinson e Sylvia Plath, poetas norte-americanas, e a neo-zelandesa Katherine Mansfield.

De volta ao Brasil, ela se devota definitivamente à literatura, trabalha com traduções e ingressa na Faculdade de Letras da PUC do Rio, ao completar 19 anos. Ana Cristina passa a enviar textos para a imprensa alternativa e publica poemas na antologia 26 Poetas Hoje, de autoria de Heloísa Buarque, editada pela Funarte.

Realiza estudos sobre literatura e cinema e lança suas primeiras obras, Cenas de Abril e Correspondência Completa, por meios independentes. Nesta época ela também defende uma dissertação de mestrado na área de Comunicação, na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Logo depois volta para a Inglaterra, desta vez para se tornar Mestre em Tradução Literária pela Universidade de Essex, em 1980. Em seu retorno ao Rio ela edita Luvas de Pelica, livro produzido no Reino Unido, e lança raízes de vez nas terras cariocas. A poetisa exerce o jornalismo, atua na TV e lança A Teus Pés. Na sua obra é possível perceber uma tênue divisória entre a ficção e a autobiografia.

Ana Cristina César morreu no Rio de Janeiro no dia 29 de outubro de 1983, aos 31 anos. A obra Inéditos e Dispersos, uma coletânea de suas publicações, é lançada postumamente, em 1985, bem como Novas Seletas, organizado por Armando Freitas Filho, Escritos no Rio e Escritos em Londres, seleções realizadas pelo mesmo autor, poeta brasileiro responsável pela organização das publicações de Ana Cristina.

Obra de Ana Cristina César: PoesiaCenas de abril (1979); Correspondência completa (1979); Luvas de pelica (1980); A Teus Pés (1982); Inéditos e Dispersos (1985); Novas Seletas (póstumo, organizado por Armando Freitas Filho); Poética (obra completa, 2015), Crítica – Literatura não é documento (1980); Crítica e Tradução (1999); Variados – Correspondência Incompleta (organização: Heloisa Buarque de Hollanda e Armando Freitas Filho, selo HB, e-galáxia); Escritos no Rio (póstumo, organizado por Armando Freitas Filho); Escritos em Londres (póstumo, organizado por Armando Freitas Filho); Antologia 26 Poetas Hoje, vários autores (organização: Heloisa Buarque de Hollanda), Ana Cristina Cesar – O sangue de uma poeta, de Italo Moriconi (selo HB, e-galáxia)

“Diálogo de surdos, não: amistoso no frio.

Atravanco na contramão. Suspiro no contrafluxo. Te apresento a mulher mais discreta do mundo: essa que não tem nenhum segredo.”

Noite Carioca / A teus pés

Junho Vermelho: Mês da doação de Sangue

14/6 – Dia Mundial do Doador de Sangue

14/6 – Dia Mundial do Doador de Sangue

A necessidade de sangue seguro é universal. O sangue é essencial para tratamentos e intervenções urgentes e pode ajudar pacientes que sofrem de condições com risco de vida, além de apoiar procedimentos médicos e cirúrgicos complexos. O sangue também é vital para o tratamento de feridos durante emergências de todos os tipos (desastres naturais, acidentes, conflitos armados etc.) e tem um papel essencial nos cuidados maternos e neonatais.

Mas o acesso a sangue seguro ainda é um privilégio de poucos. A maioria dos países de baixa e média renda luta para disponibilizar sangue seguro porque as doações são baixas e o equipamento para testar o sangue é escasso. Globalmente, 42% do sangue é coletado em países de alta renda, que abrigam apenas 16% da população mundial.

Um suprimento adequado de sangue só pode ser garantido através de doações regulares e voluntárias. Por isso, a Assembleia Mundial da Saúde, em 2005, designou um dia especial para agradecer aos doadores e incentivar mais pessoas a doar sangue livremente. A data de 14 de junho foi instituída em homenagem ao nascimento de Karl Landsteiner, imunologista austríaco que descobriu o fator Rh e as várias diferenças entre os tipos sanguíneos.

Além de agradecer aos doadores, é um dia de conscientizar sobre a necessidade global de sangue seguro e de como todos podem contribuir. Por meio da campanha, mais e mais pessoas em todo o mundo são convidadas a se tornarem salvadores, oferecendo-se voluntariamente para doar sangue de modo regular.

Os objetivos da campanha deste ano, são:

– celebrar e agradecer às pessoas que doam sangue e incentivar mais pessoas a começar a doar;

– aumentar a conscientização sobre a necessidade urgente de aumentar a disponibilidade de sangue seguro para uso onde e quando for necessário para salvar vidas;

– demonstrar a necessidade de acesso universal à transfusão de sangue segura e promover seu papel na prestação de cuidados de saúde eficazes e na obtenção de cobertura universal de saúde;

– mobilizar apoio nos níveis nacional, regional e global entre governos e parceiros de desenvolvimento para investir, fortalecer e sustentar programas nacionais de sangue.

O sangue é insubstituível e não é produzido artificialmente: somos a única fonte de matéria prima para uma transfusão. A doação é o processo pelo qual um doador voluntário tem seu sangue coletado e armazenado em um banco de sangue ou hemocentro, para uso subsequente em transfusões de sangue. É um composto de células que cumprem funções como levar oxigênio a cada parte do corpo, defender o organismo contra infecções e participar na coagulação.

A quantidade de sangue retirada não afeta a saúde do doador, pois a recuperação ocorre imediatamente após a doação. Uma pessoa adulta tem, em média, cinco litros de sangue e em uma doação são coletados no máximo 450 ml. É pouco para quem doa e muito para quem precisa!

Todo sangue doado é separado em diferentes componentes (hemácias, plaquetas, plasma) e, assim, pode beneficiar vários pacientes com apenas uma unidade coletada. Os componentes são distribuídos para os hospitais para atender aos casos de emergência e aos pacientes internados.

 

Pré-requisitos para ser doador de sangue:

– levar documento de identidade com foto e órgão expedidor;

– estar em boas condições de saúde;

– ter entre 16 a 69 anos de idade (de 16 a 17 anos com autorização do responsável legal);

– idade até 60 anos, se for a primeira doação;

– intervalo entre doações de sangue de 90 dias para mulheres e 60 dias para homens;

– pesar mais do que 50 kg;

– não estar em jejum;

– após o almoço ou jantar, aguardar pelo menos 3 horas;

– não ter feito uso de bebida alcoólica nas últimas 12 horas;

– não ter tido parto ou aborto há menos de 3 meses;

– não estar grávida ou amamentando;

– não ter feito tatuagem ou maquiagem definitiva há menos de 12 meses;

– não ter piercing em cavidade oral ou região genital;

– não ter feito endoscopia ou colonoscopia há menos de 6 meses;

– não ter tido febre, infecção bacteriana ou gripe há menos de 15 dias;

– não ter fator de risco ou histórico de doenças infecciosas, transmissíveis por transfusão (hepatite após 11 anos, hepatite b ou c, doença de chagas, sífilis, aids, hiv, htlv i/ii);

– não ter visitado área endêmica de malária há menos de 1 ano;

– não ter tido malária;

– não ter diabetes em uso de insulina ou epilepsia em tratamento;

– não ter feito uso de medicamentos anti-inflamatórios há menos de 3 dias (se a doação for de plaquetas).

 

Fontes:

Fundação Hemocentro de Brasília

World Health Organization

 

Link: https://bvsms.saude.gov.br/14-6-dia-mundial-do-doador-de-sangue-2/

Biblioteca Ativa – Mês do escritor – MAIO – Lima Barreto

Lima Barreto

Afonso Henrique de Lima Barreto (1881-1922) nasceu no Rio de Janeiro no dia 13 de maio de 1881. Filho de Joaquim Henriques de Lima Barreto e Amália Augusta, ambos mestiços e pobres. Sofreu preconceito a vida toda. Seu pai era tipógrafo e sua mãe professora primária. Logo cedo ficou órfão de mãe.

Lima Barreto estudou no Liceu Popular Niteroiense e concluiu o curso secundário no Colégio Pedro II, local onde estudava a elite literária da época. Sempre com a ajuda de seu padrinho, o Visconde de Ouro Preto, ingressou na Escola Politécnica do Rio de Janeiro, onde iniciou o curso de Engenharia. Em 1904, foi obrigado a abandonar o curso, pois seu pai havia enlouquecido e o sustento dos três irmãos agora era responsabilidade dele.

 Para sustentar a família, empregou-se na Secretaria de Guerra e ao mesmo tempo, escrevia para vários jornais do Rio de Janeiro. Ainda estudante já colaborava para a Revista da Época e para a Quinzena Alegre. Em 1905, passa a escrever no Correio da Manhã, jornal de grande prestígio. Ao produzir uma literatura inteiramente desvinculada dos padrões e do gosto vigente, recebe severas críticas dos letrados tradicionais. Explora em suas obras as injustiças sociais e as dificuldades das primeiras décadas da República.

Em 1909, Lima Barreto publicou o romance “Recordações do Escrivão Isaías Caminha”. O texto acompanha a trajetória de um jovem mulato que vindo do interior sofre sérios preconceitos raciais. Em 1915, escreve “Triste Fim de Policarpo Quaresma”. Em 1919, escreve “Vida e Morte de M.J.Gonzaga de Sá”. Esses três romances apresentam nítidos traços autobiográficos.

Com uma linguagem descuidada, suas obras são impregnadas da justa preocupação com os fatos históricos e com os costumes sociais. Lima Barreto torna-se uma espécie de cronista e um caricaturista se vingando da hostilidade dos escritores e do público burguês. Poucos aceitam aqueles contos e romances que revelavam a vida cotidiana das classes populares, sem qualquer idealização.

A obra prima de Lima Barreto, não perturbada pela caricatura, foi “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, na qual o autor conta o drama de um velho aposentado, O Policarpo, em sua luta pela salvação do Brasil.

Afonso Henriques Lima Barreto, com seu espírito inquieto e rebelde, seu inconformismo com a mediocridade reinante, se entrega ao álcool. Suas constantes depressões o levam duas vezes para o hospício. Em 01 de novembro de 1922 morre de um ataque cardíaco.

Obra de Lima Barreto: Recordações do Escrivão Isaías Caminha, romance, 1909; Aventuras do Dr. Bogoloff, humor, 1912; Triste Fim de Policarpo Quaresma, romance, 1915; Numa e Ninfa, romance, 1915; Vida e Morte de M. J. Gonzaga e Sá, romance, 1919; Os Bruzundangas, sátira política e literária, 1923; Clara dos Anjos, romance, 1948; Coisas do Reino do Jambon, sátira política e literária, 1956; Feiras e Mafuás, crônica, 1956; Bagatelas, crônica, 1956; Marginália, crônica sobre folclore urbano, 1956; Vida Urbana, crônica sobre folclore urbano, 1956

“Mas, como é que ele tão sereno, tão lúcido, empregara sua vida, gastara o seu tempo, envelhecera atrás de tal quimera? Como é que não viu nitidamente a realidade, não a pressentiu logo e se deixou enganar por um falaz ídolo, absorver-se nele, dar-lhe em holocausto toda a sua existência? Foi o seu isolamento, o seu esquecimento de si mesmo; e assim é que ia para a cova, sem deixar traço seu, sem um filho, sem um amor, sem um beijo mais quente, sem nenhum mesmo, e sem sequer uma asneira!”

Vagas Remanescentes 2° Semestre 2024

Acompanhamento Processo Seletivo

Deferimento e Indeferimento de inscrições

Publicações no diário oficial

Ética e Cidadania Organizacional

Tecnologia da Informação em Administração

Analise Química dos Alimentos

Biblioteca Ativa – Mês do escritor – MAIO -Aurélio Buarque de Holanda

Aurélio Buarque de Holanda

Aurélio Buarque Cavalcanti Ferreira nasceu em Passo de Camaragibe/AL em 03 de Maio de 1910. Lexicógrafo, filólogo, tradutor, crítico literário, escritor e professor. Passa a infância em Porto das Pedras, Alagoas, e inicia os estudos em Maceió. Cursa os preparatórios no Liceu Alagoano e desde os 15 anos atua como professor. Em 1930, aproxima-se de um grupo de intelectuais com forte influência no Nordeste, do qual fazem parte, entre outros, José Lins do Rego (1901-1957), Graciliano Ramos (1892-1953) e Rachel de Queiroz (1910-2003).

Aos 21 anos adota o nome Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, incorporando o sobrenome da família materna. Ingressa na Faculdade de Direito do Recife em 1932 e conclui o curso quatro anos depois. A morte do pai, em 1935, lhe serve de inspiração para o conto “O Chapéu do Meu Pai”, publicado em 1941, no volume “Dois Mundos”.

Entre 1936 e 1937, dá aulas de português, literatura e francês no Colégio Estadual de Alagoas. Após ocupar cargos na Prefeitura de Maceió, como o de oficial de gabinete e de diretor da Biblioteca Municipal, transfere-se para o Rio de Janeiro em 1938 e passa a trabalhar como professor de língua portuguesa no Colégio Pedro II e no Instituto Rio Branco. A partir de 1939, atua na imprensa carioca: primeiramente como secretário da Revista do Brasil, período em que se aproxima do tradutor e linguista húngaro Paulo Rónai (1907-1992) – com quem publica, a partir de 1945, os dez volumes de “Mar de Histórias: Antologia do Conto Mundial” -, e entre 1947 e 1960 produz textos para a coluna O Conto da Semana, do suplemento literário do jornal carioca Diário de Notícias.

A convite de Manuel Bandeira (1886-1968) realiza, em 1940, sua primeira colaboração com dicionários – atividade responsável por sua notoriedade -, levantando brasileirismos para o Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. Ainda em razão de seu contato com o Ministério das Relações Exteriores, existente desde 1938, ocupa, de 1954 a 1955, a cadeira de estudos brasileiros na Universidade Autônoma do México (Unam). Bacharel em direito, autodidata, elege-se para a Academia Brasileira de Filologia, em 1956.

Publica, em 1958, “Enriqueça o Seu Vocabulário”, reunião de verbetes divulgados na revista Seleções Reader’s Digest desde 1950. Na década de 1960, integra a Comissão Machado de Assis, responsável pelo estabelecimento de textos originais do autor. Ingressa na Academia Brasileira de Letras (ABL) em 1961, ocupando a cadeira número 30. Seu trabalho fundamental, Novo Dicionário da Língua Portuguesa, conhecido popularmente como “Dicionário Aurélio”, sai em 1975.

Morreu no Rio de Janeiro/RJ, em 28 de Fevereiro de 1989

O chapéu acompanha meu Pai nos seus movimentos, sombreando-lhe um tanto a face. Está no seu verdadeiro lugar, a cabeça de meu Pai. Sim, está. Lá vem o velho chegando para casa, nos fins de tarde, cansado, já doente. Lá vem. É ele: o chapéu marrom, comum, desabado na frente, aquele jeito de andar, meio curvado, lento, da velhice. Chega. Empurra um lado da veneziana, puxa o ferrolho, entra. Põe o chapéu no cabide, ali mesmo onde o vejo agora, bem junto do espelho do móvel. Algumas vezes, olha-se ao espelho, cofia rápido o bigode, e vai entrando. Na sala de jantar, senta-se e com minha Mãe começa a falar das eternas coisas do dia-a-dia. Mamãe conta dos incidentes domésticos: falta de água; o leite que talhou, aborrecimentos com a empregada, “uma grandessíssima respondona”. Meu Pai se queixa dos negócios, que vão de mal a pior – “uma crise pavorosa, o comércio um paradeiro medonho, e o governo é impostos, e mais impostos um fim de mundo”. Mamãe é mais calma: – “Ora homem! Vamos vivendo. Os meninos trabalham, vão ajudando. Já estamos velhos. Paciência.” Ele dirá que trabalhou a vida toda, e era para ter uma velhice descansada.

O Chapéu do Meu Pai

Biblioteca Ativa – Mês do escritor – MAIO – José de Alencar

José de Alencar

José de Alencar (1829-1877) nasceu em Mecejana-CE no dia 1 de maio de 1829. Filho de José Martiniano de Alencar, senador do império, e de Ana Josefina. Em 1838 mudam-se para o Rio de Janeiro. Com 10 anos de idade ingressa no Colégio de Instrução Elementar. Com 14 anos vai para São Paulo, onde termina o curso secundário e ingressa na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco.

Foi romancista, dramaturgo, jornalista, advogado e político brasileiro. Tornou-se um dos maiores representantes da corrente literária indianista. Consolidou o romance brasileiro ao escrever movido por sentimento de missão patriótica. O regionalismo presente em suas obras abriu caminho para outros sertanistas preocupados em mostrar o Brasil rural.

José de Alencar criou uma literatura nacionalista onde se evidencia uma maneira de sentir e pensar tipicamente brasileiras. Suas obras são especialmente bem sucedidas quando o autor transporta a tradição indígena para a ficção. Tão grande foi a preocupação de José de Alencar em retratar sua terra e seu povo que muitas das páginas de seus romances relatam mitos, lendas, tradições, festas religiosas, usos e costumes observados pessoalmente por ele, com o intuito de, cada vez mais, abrasileirar seus textos.

Em 1847 escreve seu primeiro romance “Os Contrabandistas”. Ingressou no Correio Mercantil em 1854. Em 1856 passa a ser o redator chefe do Diário do Rio de Janeiro, onde em 1 de janeiro de 1857 publica o romance “O Guarani”, em forma de folhetim, alcançando enorme sucesso, e logo é editado em livro. A obra serviu de inspiração ao músico Carlos Gomes, que compôs a ópera O Guarani. Foi eleito deputado pelo Ceará em 1861, sendo reeleito em quatro legislaturas. Na visita a sua terra natal, se encanta com a lenda de “Iracema” e a transforma em livro.

Famoso a ponto de ser aclamado por Machado de Assis como “o chefe da literatura nacional”, foi indicado por este para patrono da Cadeira nº 23 da Academia Brasileira de Letras.

José de Alencar morreu aos 48 anos no Rio de Janeiro vítima da tuberculose, em 12 de dezembro de 1877.

Obras de José de Alencar: Cinco Minutos, romance, 1856; Cartas Sobre a Confederação dos Tamoios, crítica, 1856; O Guarani, romance, 1857; Verso e Reverso, teatro, 1857; A Viuvinha, romance, 1860; Lucíola, romance, 1862; As Minas de Prata, romance, 1862-1864-1865; Diva, romance, 1864; Iracema, romance, 1865; Cartas de Erasmo, crítica, 1865; O Juízo de Deus, crítica, 1867; O Gaúcho, romance, 1870; A Pata da Gazela, romance, 1870; O Tronco do Ipê, romance, 1871; Sonhos d’Ouro, romance, 1872; Til, romance, 1872; Alfarrábios, romance, 1873; A Guerra dos Mascate, romance, 1873-1874; Ao Correr da Pena, crônica, 1874; Senhora, romance, 1875; O Sertanejo, romance, 1875.

“A mãe, a mais extremosa não se desvelaria tanto por seu filho, como esse amigo dedicado por sua senhora; uma réstia de sol que, enfiando-se pelas folhas, vinha brincar no rosto da menina, um passarinho que cantava sobre um ramo do arbusto, um inseto que saltava na relva, tudo ele afastava para não pertubar o seu repouso.”

O Guarani

Biblioteca Ativa – Mês do escritor – Abril – Mário Chamie

Mário Chamie

Mário Chamie, poeta, professor, publicitário e advogado, nasceu em Cajobi/SP em 1933. Aos quinze anos muda-se para a cidade de São Paulo, onde, em 1956, conclui o curso de ciências jurídicas e sociais na Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Seu primeiro livro de poesia, Espaço Inaugural, foi lançado em 1955. Seguiram-se O Lugar (1957) e Os Rodízios (1958). Em 1962, publicou Lavra Lavra, que instaurou o “poema-praxis”; o livro recebeu o Prêmio Jabuti, concedido pela Câmara Brasileira do Livro. No mesmo ano, fundou a revista Praxis, contando com a colaboração do modernista Cassiano Ricardo, do crítico literário José Guilherme Merquior, do cineasta Cacá Diegues e dos críticos de cinema Jean-Claude Bernardet e Maurice Capovilla. Em 1963, convidado pelo Itamaraty, realiza uma série de conferências sobre literatura brasileira em países da Europa e do Oriente Médio. Recebeu, em 1977, o Prêmio de Poesia, pelo livro Objeto Selvagem, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte. Entre 1979 e 1983 foi Secretário Municipal de Cultura de São Paulo SP, atuando na criação da Pinacoteca Municipal, do Museu da Cidade de São Paulo e do Centro Cultural São Paulo. Em 1994, conclui o doutorado em ciência da literatura na Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Em 2004 assume o cargo de professor titular de comunicação comparada da Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM de São Paulo.

Mário Chamie é um dos principais nomes da tendência de vanguarda surgida no final dos anos de 1950, como dissidência do Concretismo: a poesia-práxis. Para a crítica Nelly Novaes Coelho, “altamente consciente da revolução da linguagem que se vinha operando na poesia brasileira desde as conquistas de 22, Chamie assume-a como ‘revolução do conhecimento’ e como ‘consciência política’.” Sua obra poética inclui os livros Now Tomorrow Mau (1963), Planoplenário (1974), Objeto Selvagem (1977), Natureza da Coisa (1993) e Caravana Contrária (1998), entre outros. Seus poemas foram publicados em francês, inglês, italiano, espanhol, alemão, holandês, árabe e tcheco.

Morreu em 2011, na cidade de São Paulo.

Obra de Mario Chamie: Espaço Inaugural, 1955; O Lugar, 1957; Os Rodízios, 1958; Lavra Lavra, 1962; Now Tomorrow Mau, 1963; Planoplenário, 1974; Objeto Selvagem, 1977; Natureza da Coisa, 1993; Caravana Contrária, 1998; Horizonte de Esgrimas: Poemas, 2002; Caminhos da Carta: uma leitura antropofágica da carta de Pero Vaz de Caminha, 2002; A Palavra Inscrita: Ensaios, 2004; Paulicéia Dilacerada: monólogo póstumo dialogado de Mário de Andrade, 2009

Cava,

então descansa

Enxada; fio de corte corre o braço

de cima

e marca: mês, mês de sonda.

Cova.

 

Joga,

então não pensa.

Semente; grão de poda larga a palma

de lado

e seca: rês, rês de malha.

Cava.

 

Calca

e não relembra.

Demência;mão de louco planta o vau

de perto

e talha: três, três de pausl

Cóva.

Molha

e não dispensa.

Adubo; pó de esterco mancha o rego

de longo

e forma: nó, nó de resmo.

Joga.

 

Troca,

então condena.

Contrato; quê de paga perde o ganho

de hora

e troça: mais, mais de ano.

Calca.

 

Cova,

e não se espanta.

Plantio; fé e safra sofre o homem

de morte

e morre: rês, rés de fome

Cava.

(Lavra Lavra)

Biblioteca Ativa – Mês do escritor – Abril – Basílio da Gama

José Basílio da Gama

José Basílio da Gama nasceu no arraial de São José dos Rios da Morte, hoje Tiradentes, em Minas Gerais, no dia 08 de abril de 1741. Ficando órfão muito cedo, foi educado no Colégio dos Jesuítas, no Rio de Janeiro. Era noviço e pretendia ingressar na carreira eclesiástica.

Em 1759, após a expulsão dos padres da Companhia de Jesus dos domínios portugueses pelo Marques de Pombal, viaja para a Itália onde completa seus estudos. Em Roma, construiu uma carreira literária e ingressou na Arcádia Romana, assumindo o pseudônimo de Termindo Sipílio, uma conquista única entre os brasileiros da época.

Em 1765, Basílio da Gama escreve “Ode a Dom José I”, rei de Portugal. Em 1767, voltou ao Rio de Janeiro e no ano seguinte foi preso, acusado de ter amizade com os jesuítas. De acordo com um decreto recente, qualquer pessoa que tivesse mantido comunicação com os jesuítas, deveria ficar exilada durante oito anos em Angola.

Preso, Basílio da Gama foi levado para Lisboa, mas livra-se da pena ao escrever um poema exaltando o casamento da filha do Marques de Pombal “Epitalâmio às Núpcias da Sra. D. Maria Amália” (1769), sendo ainda agraciado com a função de Oficial da Secretaria do Reino.

Nesse mesmo ano publica a poesia épica “Uruguai” (1769), uma obra-prima em que se encontram alguns dos mais apreciáveis versos da língua portuguesa, que tem como tema a luta de portugueses e espanhóis contra os índios de Sete Povos das Missões, instalados nas missões jesuítas no atual Rio Grande do Sul, que não queriam aceitar as decisões do Tratado de Madri, que delimitava as fronteiras do sul do Brasil.

Basílio da Gama soube como poucos transformar política em poesia. Em 1776 publica “Os Campos Elíseos” um poema em que se exaltam supostas virtudes cívicas de membros da família de Sebastião José. Em 1788, lastima a morte de Dom José, em “Lenitivo da Saudade”.

Basílio da Gama foi admitido na Academia das Ciências de Lisboa, e sua última publicação foi “Quitúbia” (1791), um poema épico celebrando um chefe africano que auxiliou a colônia na guerra contra os holandeses.

Basílio da Gama morreu em Lisboa, Portugal, no dia 31 de julho de 1795.

Obra de Basílio da Gama: Ode a D. José I, 1765; Ode ao Conde da Cunha, 1769; Epitalâmio às Núpcias da Sra. D. Maria Amália, 1769; Uruguai, 1769; A Declamação Trágica, 1776; Os Campos Elíseos, 1776; Lenitivo da Saudade, 1788; Quitúbia, 1791

“…Mais de perto

Descobrem que se enrola no seu corpo

Verde serpente, e lhe passeia, e cinge

Pescoço e braços, e lhe lambe o seio.

Fogem de a ver assim, sobressaltados,

E param cheios de temor ao longe;

E nem se atrevem a chamá-la, e temem

Que desperte assustada, e irrite o monstro,

E fuja, e quem apresse no fugir a mortes

Porém o destro Caitutu, que treme

Do perigo da irmã, sem mais demora

Dobrou as pontas do arco, e quis três vezes

Soltar o tiro, e vacilou três vezes”

 (Uruguai)