Maria Clara Machado
Maria Clara Jacob Machado (1921-2001) nasceu em Belo Horizonte/MG no dia 3 de abril de 1921. Com 4 anos muda-se com a família para o Rio de Janeiro e desde criança conviveu com grandes nomes da literatura, da música e da pintura que frequentavam sua casa. Com 15 anos ingressou no Movimento Bandeirante, época em que descobriu sua vocação para o teatro.
Em 1949 participou da criação do grupo de teatro amador “Os Farsantes”, que montou a peça “A Farsa do Advogado Pathelin”, levada ao teatro de Bolso no Rio de Janeiro. Com 28 anos, recebeu uma bolsa de estudos do governo francês para cursar a escola de atores “Education Par les Jeux Dramatiques”, em Paris. Convidada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, durante as férias, fez um curso de teatro em Londres.
De volta ao Brasil, fez parte do elenco do filme “Ângela” (1951) produzido pela Companhia Vera Cruz. Nesse mesmo ano, com o apoio do pai e de um grupo de amigos, fundou o teatro amador “Tablado”, que estreou com a apresentação da peça “O Pastelão e a Torta”. Nesse mesmo ano, apresentou a peça “A Moça da Cidade”, ambas sob sua direção.
Seu primeiro grande sucesso veio com a peça “O Boi e o Burro a Caminho de Belém” (1953), um auto de Natal que recebeu elogios da crítica. Em 1954 apresenta outra peça de sucesso, “O Rapto das Cebolinhas”, que recebeu o Prêmio de “Melhor Autor” no Concurso Anual de Peças Infantis da Prefeitura do Distrito Federal. Em 1955 apresenta a peça “Pluft, o Fantasminha”, que recebeu os prêmios de “Melhor Autor” e “Melhor Espetáculo”, da Associação Paulista de Críticos de Teatro.
Em 1956 iniciou a publicação dos “Cadernos de Teatro”. Entre 1959 e 1974, foi professora de Improvisação no Conservatório Nacional de Teatro. Em 1964, iniciou o primeiro curso regular de teatro no Tablado e permaneceu na coordenação do mesmo até o ano de 1999.
Em 1966 escreveu sua primeira peça para adultos, “As Interferências”. Em seguida escreveu: “Misse Brasil” (1970), “Os Embrulhos” (1970) e “Um Tango Argentino” (1972). Entre 1953 e 2000, Maria Claro escreveu um total de 27 peças para o público infantil e cinco para adultos. Além das já citadas, destacam-se: “A Bruxinha Que Era Boa” (1958), “O Cavalinho Azul” (1960), “A Menina e o Vento” (1963), “O Dragão Verde” (1984), “Jonas e a Baleia” (2000), sua última peça, escrita em parceria com Cacá Mourthé, sua sobrinha.
O “Tablado” foi o responsável pela formação de várias gerações de atores, entre eles, Marieta Severo, Louise Cardoso, Drica Moraes, Malu Mader e Cláudia Abreu. Maria Clara foi considerada a maior autora de teatro infantil do país.
Maria Claro Machado faleceu no Rio de Janeiro, no dia 30 de abril de 2001.
Obra de Maria Clara Machado: Pluft, O Fantasminha; Tribobó City; O Cavalinho Azul; Dragão Verde; Clarinha na Ilha; Aventura do Teatro; Dudu e o Dinossauro; Lila e Sibila na Praia; Eu e o Teatro; Pacheco, O Cachorro Gigante; Teatro IV; O
Sapateiro Feliz; A Menina e o Vento e Outras Peças; A Bruxinha que Era Boa e Outras Peças; As Cigarras e os Formigas e Outras Peças; Aventura do Teatro; Rapto das Cebolinhas; Antologia de Histórias; Diamante do Grão-Mogol: o Camaleão na Lua; Maria Minhoca a Volta do Camaleão Alface; Uma Aventura na Floresta; A Viagem de Clarinha; Teatro V; Quem Matou Leão?
-Alô! Oi Patrícia. O quê?… Não… Não… não é possível! Não! Mas a Vânia é tão santinha… Que escândalo! Tá… tá… tá… Claro que não vou fofocar. Detesto essas coisas… Beijo. Mas a Vânia! Fingida.
-Alô! Oi, Maria. Tenho uma ótima para te contar. Sabe a Vânia, a santinha?
-Sei. Sei… e daí?
-Menina, eu soube de uma…